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A mostrar mensagens de 2011

transição

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Por esta altura, é inevitável (penso eu!) fazer um balanço. É tempo de fazer o rescaldo das derrotas, tempo de emoldurar as vitórias, tempo de vangloriar quem sempre nos fez bem e tempo de pôr nos pratos da balança os prós e contras de ter algumas pessoas na nossa vida. O coração prega-nos tantas vezes partidas... A mais frequente é manter na nossa vida restos de tempos antigos, restos de relações, restos de (outros) corações. E é matreiro o coração, são raras (muito raras) as vezes em que nos apercebemos que a corda está esticada ainda antes de tropeçar nela. E é este o tempo certo para estar alerta, mais do que todo o restante ano, pois é por aqui que se torna mais fácil olhar à retaguarda, valorizando apenas o que interessa (não só as coisas boas, mas aquilo que de algum jeito nos foi útil). Para mim, foi um ano de grandes vitórias! Para mim, foi um ano de grandes derrotas! Foi o ano de dançar a valsa, foi o ano de estar (quase) na frente (mesmo ficando no fundo), foi o ano

parte integrante

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"Só sou alguém com o outro, sozinho nada sou!" É assim, é assim mesmo! Pouco ou nada seriamos sem as pessoas que fazem a nossa vida, as que fazem de nós vida. Mas só algumas... Porque todos nós precisamos de pessoas presentes, não de pessoas que marquem presença. Precisamos de gente que sente, não de gente que finge sentir. Precisamos de gente que é, não de gente que parece. Precisamos de gente que vem para ficar e não de gente que passa. É por isso que "há gente que fica na história da história da gente e outra de quem nem o nome lembramos ouvir".
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O nosso tempo não acabou.

soro fisiológico nada resolve!

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Às vezes, a vida obriga o nosso coração a tornar-se frio em relação a determinados assuntos. Às vezes, o nosso coração sente-se forçado a petrificar para amenizar certas e determinadas situações. Isto acontece porque, em relação a certos assuntos, ficamos tão calejados, caímos tantas vezes da mesma forma, que a certa altura já sabemos como devemos cair, não que doa menos, só já não temos lágrimas para chorar essa dor da mesma forma. Tornamo-nos coisas que se assemelham a vidros protegidos por (aparentes) carapaças. Aprendemos que dói mas começamos a tornar-nos sépticos quanto a essa mesma dor. Deixamos de bradar aos céus por cada lágrima que cai porque essas lágrimas deixam, simplesmente, de cair. Aprendemos a conformar-nos com o facto de raramente as coisas correrem como queremos e solicitamos um cajado para que tenhamos um ponto de apoio para tentarmos levantar-nos sempre que a vida nos der mais um pontapé. Sabem quando somos miúdos e temos uma ferida no joelho? Parece que s
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ABRE OS OLHOS, CATARINA, ABRE OS OLHOS!

fazes-me voar!

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Sabes o que é que eu gosto? Gosto quando me beijas e o mundo, de repente, se torna perfeito !

«um dia beijo-te a meio de uma frase»

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Podíamos até ser o dueto mais improvável, mas eu sei que não somos. Podíamos ficar muito mal um ao lado do outro, mas eu sei que não ficamos. Podíamos ser muito infelizes juntos, mas eu sei que não seriamos. E é isto que dói. Dói saber que faria de ti alguém muito feliz e que seria feliz só por isso. Eu AMO-TE e acho que tu não sabes disso. Não sabes a medida desmedida daquilo que sinto por ti. Acho que não sabes o quão único sempre foste. Acho piada às pessoas que se vangloriam porque gostam de ti por aquilo que és, oi? Não é assim mesmo que deve ser? Eu gosto de ti por aquilo que és, é claro. Mas gosto de ti por muito mais do que isso. Gosto de ti por tudo aquilo que me ensinaste a ser, gosto de ti porque me fizeste descobrir o amor, gosto de ti porque me sabes fazer feliz, gosto de ti por todo o respeito que tens por mim, gosto de ti por cada marca que deixas na minha vida, mais, gosto de ti pelo sorriso que o teu olhar transporta, gosto de ti pelas vitórias que conquistámos

fazes-me num oito!

Somos como que duas pontas de uma mesma corda que, muitas vezes, se entrelaça. Mas é tão estranho, porque continuamos a ser pontas opostas que, por vezes, podem enrolar-se com outras pontas, de outras cordas. Aí o meu coração dói. Dói porque tu és a outra ponta da MINHA corda, porque acabas por ser a continuação daquilo que eu própria sou. Não, não gosto que dês nós com outras pontas, porque o único nó que ficará realmente bem feito é aquele que tu fizeres comigo.

'que nunca caiam as pontes entre nós'

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O dia em que o teu olhar não se cruza com o meu, não é dia! AMO-TE

carta #2

Minha querida C. Cá estou eu de novo e, hoje, mais divagante que nunca... Talvez sejam poucas as coisas que fazem realmente sentido, para nós. Talvez esteja na altura de começar a acreditar que a maior parte das pessoas que me rodeiam são conhecidos. Talvez esteja na altura de dar ouvidos às pessoas que dizem que, durante a vida, os amigos são poucos. Talvez tudo isto conectado me levasse a bom porto. Talvez, talvez... É uma palavra fácil de dizer quando queremos dizer que sim mas achamos que devemos dizer não, ou vice-versa. Não, isto não tem muito a ver contigo, connosco. Dizendo melhor, não é nada direccionado a ti, apesar de bater certinho. Apenas senti necessidade de te fazer algumas confidências, como antigamente, lembras-te? Como era bom... Mesmo que tivesse uma série de dias, chegaram a ser semanas e, uma ou outra vez, meses, mas quando estávamos juntas, desbobinávamos tudo! Era impressionante a forma como confiávamos uma na outra e como o tempo tornava tudo cada

Bom Dia Sol de Novembro

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Os dias ensolarados de inverno instigam-me à reflexão e hoje não foi excepção.  Dei por mim a pensar em como as coisas podiam ter dado certo, o quão correctas podiam ter sido, a estabilidade que podíamos ter conquistado. Não estava escrito, não é?  Numa manhã em que pouco mais houve do que eu, tu, o frio e o sol foi complicado não ficar com uma certa saudade daquilo que nem sequer aconteceu. Sabes que guardo o lado bom daquilo que eu e tu temos, só não consigo deixar de pensar como teria sido. Be happy!

(Des)Arranjos (Des)Combinados

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Talvez nunca venhamos a ser grandes os suficiente para conhecermos determinadas vicissitudes da vida. Conhecer no real sentido da palavra, entender contratempos, injustiças, factos que não são bons nem maus, valem o que valem, são o que são. No entanto, talvez só sejamos capazes de constatar a nossa pequenez perante gigantescos pormenores, impossíveis de premeditar. O pôr-do-sol é bonito, sempre. É algo que pode durar uma eternidade ou escassos segundos, mas é algo que volta todos os dias, e é a sua efemeridade que o torna tão especial. Mais especial ainda, quando estamos acima das nuvens. Num segundo, o sol raia vigoroso e bem amarelo lá no alto e no segundo seguinte, desceu à Terra para ser engolido pelo mar, laranja avermelhado, cor do fogo que vive dentro do peito de cada apaixonado! Este é só um dos enormíssimos pormenores que encanta a nossa vida, a enche de brilho e a salva das trevas que se apoderam do ser humano sempre que algo corre menos bem. Sim, porque há dias

lo que hay en mi

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Começo a acreditar que aquilo que senti (sinto!) por ti é um amor nunca saturado. Como se de uma fonte eterna se tratasse. Continuo com o incessante desejo de te ter comigo! ( e que se lixe a psicologia que diz que quando temos deixamos de querer ter ). Eu cá continuo a querer-te e quanto mais te tenho mais te quero. ( e o problema é que gosto muito disso !)

ZigZag de Emoções

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"Se eu gosto de ti, se gostas de mim, se isso não chega tens o mundo ao contrário!" Baralhas-me os sentidos, fazes-me ouvir o cheiro dos teus cabelos, ver a melodia da tua voz e cheirar a profundidade dos teus olhos. Tocas-me, electrizas-me! É automático! Podias legendar cada um dos teus movimentos, assim teria a certeza que estou a ligar o um ao dois e não a saltar um passo e a ligá-lo imediatamente ao três. Arranja-me um tradutor da tua linguagem e eu garanto-te que a nossa comunicação se tornará mais simples. Bolas! Fazes-me dizer coisas sem nexo, deixas-me dar um passo em frente mas aconselhas-me a recuar dois, avarias-me o sistema! EU DOU EM DOIDA CONTIGO!

Que nem laranja suculenta

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Lua (...) Tu que és minha conselheira, minha confidente, meu abrigo de sonhos, tu que me ouves sem julgamentos, de coração aberto e alma nua, tu que me acolhes nesse teu brilho inigualável, que és luz da noite e secreto espreitar do dia, tu que vives na penumbra e não reclamas, tu a quem poucos dão valor, tu, só tu, minha lua, lua minha. Hoje, queria pedir-te um desejo, queria que voltasses todas as noites, queria que mandasses embora as nuvens durante todo o Inverno e que nunca fosses nova, mas sempre cheia. Queria pedir-te que batesses na minha janela quando não me lembrar de te desejar bons sonhos. És majestosa, vives num trono imponente, tranquilizas-me! Não deixe que eu pare de desabafar contigo, puxa-me quando te fugir, és a minha fonte de serenidade e quero beber da tua tranquilidade, todas as noites. Obrigada pela calma transmitida nas noites de desassossego! Obrigada pelo ombro amigo! Obrigada pelo ouvido nas decisões mais difíceis! Obrigada pela inspiração! Obr

carta

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Minha Querida C. Nem sei por que ainda te escrevo, porque é que ainda me dou ao trabalho de te dar importância a este ponto. Talvez seja tempo perdido, caracteres desperdiçados pois o mais provável é que, quando vires o meu nome no envelope, nem o abras. Pouco importa, desde que eu fique com a consciência de que o fiz, mais uma vez. "Quem ama, perdoa!", isto é o que as pessoas gostam de dizer. Sabes que mais? Isso, para mim, não faz sentido. Eu gosto imenso de ti, se te amo? Excelente pergunta mas não sei responder. Também os sentimentos são erodidos pelo tempo vazio que, tantas vezes, se instala. Aquilo que sentimos pelas pessoas dilui-se nas escolhas dessas pessoas e tu não foste excepção. Aquele amor desmesurado que nos unia, ou que me unia a ti, dissolveu-se na brisa soprada pelas tuas decisões. Mas eu continuo a gostar muito de ti, só não consigo perdoar-te. Não é que não queira, mas não consigo. Pois o perdão exige reparação e eu ainda não te vi mexer uma s

Dinis

O ser humano traça, por natureza, objectivos e, na maior parte dos casos, preza por cumpri-los. É certo que há sonhos ou metas mais longe que outras, não querendo com isto dizer que sejam mais ou menos possíveis. Desde sempre achei que fazia todo o sentido dar aquilo que sou aos outros, fazer o meu melhor sempre e sempre quis que este 'melhor' fosse o melhor para a maioria das pessoas. Este ano comprometi-me a fazê-lo para com a Dinis e tensiono cumpri-lo. Hoje foi o primeiro dia de uma grande caminhada!

Guerra de Sexos? Não, Obrigada!

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As mulheres não são nem mais, nem menos complicadas que os homens. Nem eles são todos iguais, nem nós nos medimos aos palmos. Não gosto de feminismos, machismos ou generalizações. Quanto à complicação que se confere às mulheres, é simples de explicar: nós temos um código próprio. Mas não é um código complexo, basta que apanhem o primeiro toque e, depois, a lengalenga é parecida, no resto dos sinais. Somos seres que, tal como todos os outros, necessitamos de atenção. E a grande diferença entre nós, mulheres, e vocês, homens, é que na maior parte dos casos nós ficamos mais atentas aos pormenores e por isso deciframos o vosso código mais rapidamente do que vocês decifram o nosso. A grande maioria dos homens teima em usar uma casca dura, uma máscara que, pensam eles, os distingue de todos, sempre pela positiva; o que nem sempre é verdade. Nós gostamos de homens genuínos e sensíveis ! Se vocês acham que o que vos dá encanto é ser o bruta-montes do grupo, desenganem-se. Nós gost
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Há situações e pessoas que nos trazem como que uma lufada de ar fresco. Que nos iluminam os dias com o seu sorriso e no final, dão aquele toque que nos faz ir embora a pensar e a desejar o dia seguinte.

estou aqui (se tu mereceres)

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Às vezes, gostava de poder observar-me de longe, avaliar as minhas atitudes, questionar as minhas decisões... Nada que eu não faça tendo a alma dentro do corpo mas tenho a certeza que seria diferente. Talvez fizesse bem à maioria das pesssoas, ver-se de fora. Se se avaliassem a si próprios como avaliam os outros e o mundo, teríamos uma humanidade mais consciente e correcta. De há algum tempo a esta parte, deixei de dar importância a certas coisas, ou melhor, a certas pessoas (com ou sem coração, com ou sem cérebro, com ou sem alma, têm corpo de gente, tenho de lhes chamar pessoas). Isto porque me cansei de dar demasiada importãncia a quem não a merece. Há pessoas que merecem tudo, pelas quais poríamos as mãos no fogo, pelas quais nos colocaríamos em frente de uma bala, com as quais caminhariamos de olhos vendados. Mas, por outro lado (e como não podia deixar de ser), há aquelas que pouco ou nada merecem, às quais damos tudo sem que merecessem absolutamente nada. E, como

critério de escolhas

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Sim, eu sei que já passou muito tempo, que já muita coisa foi dita e que, muito dificilmente (talvez seja impossível ), as coisas voltarão algum dia àquilo que foram. Eu sei isso tudo. E teimo em dizer que o que foi já não é, que já não gosto de ti, insisto em dizer que nunca te vou aceitar de volta, que és menos de nada, que não te suporto, que a tua presença me incomoda, eu insisto em fazer crer a mim própria que já não és importante. E faço-o das formas mais estranhas que se possa imaginar. Rio-me das coisas ridículas que fazes, tenho pena de ti pelas atitudes que tomas, lamento as más decisões em que arriscas mas a vida é tua. Dói ter de me convencer a mim própria que eu e tu acabou, mas sabes o que dói ainda mais? Corrói-me o facto de saber que até a terra suja do chão vale mais, para ti, do que eu. Já deixei de chorar por ti, convenci-me de que não mereces isso ( e talvez não mereças mesmo ). Sempre que olho para trás, inevitavelmente, numa grande porção de tempo estás tu. M

não é pêra doce!

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Sabes quando sentes que te falta qualquer coisa? Quando parece que, de certa forma, a tua vida estagnou? Sabes quando, apesar de teres mil e uma coisa que te preenchem, há sempre um espaço em branco? É, eu estou assim, e não gosto! Não gosto de sentir que a minha vida parou no tempo. Não gosto de sentir a minha cabeça demasiado organizada. Não gosto quando não sinto o coração aos saltos, nem gosto de não me sentir apaixonada. Não gosto! E hoje não dá para mais que isto!

Sabor&Arte

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Um médico e uma nutricionista a abrir uma galeria de arte, seria qualquer coisa! Arranjavamos um farmacêutico com vontade de investir e uma fisioterapeuta com jeito para a coisa e, ao fim e ao cabo, teríamos uma clínica privada em funcionamento, sem darmos por isso. Já há quem se revolte em prol da cultura. Fazem muito bem, opino eu! Precisamos de gente motivada, pessoas que troquem o sofá por um cadeirão de um teatro, pessoas que apreciem os músicos de rua, precisamos de gente que saiba o valor de um saltimbanco, gente que saiba que artistas não são só os que aparecem numa tela de cinema. Artistas são todos os que deixam que lhe corra nas veias a palavra cultura. Não precisas de mais nada. Deixa-te conquistar. Troca o dinheiro que gastas em tabaco por entradas num museu. Abdica de uma ou duas saídas à noite e conhece a cidade em que vives de dia. Riqueza não são os trocos que cá ficam depois de sermos cobertos de sete palmos de terra. Riqueza é saber viver, é aprender a

Quase cara ou coroa

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Desde pequenos, desde muito pequenos, que somos ensinados a olhar para os dois lados da estrada antes de atravessar. Dizem-nos vezes sem conta que não falemos com estranhos. Ensinam-nos a contar, a soletrar, a pintar. Dizem-nos que o melhor tempo é o da escola. Contam-nos histórias antigas. Protegem-nos da melhor forma que podem e dão-nos muitas vezes aquilo que não podem. Mas todos, sem excepção, se esquecem que o melhor professor será sempre a vida e que se não fizermos por nós próprios, que se não errarmos, que se não formos curiosos e descobrirmos, nunca sairemos do nosso casulo em busca de algo diferente. Quando se parte de mochila às costas, para um lugar onde tudo é desconhecido, onde até as árvores rosnam murmúrios diferentes, é isto mesmo que fazemos. Procuramos área fora da nossa zona de controlo, mesmo sem nos apercebermos, desafiando-nos a nós próprios, à nossa capacidade de resistência e de improviso. Por muitos planos que sejam feitos, nada segue uma linha recta e nu

Requeijão com Doce de Abóbora

A minha rua já eu conheço, leva-me para a tua e ensina-me a ser livre nela, como tu és. Mostra-me os becos escondidos, os esconderijos secretos, os cantos em que te aninhas, os jardins que já pisaste, as campainhas que já tocaste, tudo! Dá-me a conhecer o teu mundo que o meu já eu sei de cor. Mostra-me algo diferente e não te esqueças de dar relevo aos pormenores porque, por alto, parece sempre tudo igual. Apareceste como sal, para temperar a salada que tem sido a minha vida. Aquele ingrediente indispensável do qual, na sua ausência, sentimos sempre falta, mesmo que não percebamos bem porquê. E tu tens sido isto! Tens dado ênfase à parte doce dos meus dias e não resistes em fazer com que isso seja consistente. Vais aumentando o território que dominas e, a pouco e pouco, tomando conta de mim. Foste o refresco do meu Verão! Espero que sejas o meu agasalho nas manhãs frescas de Outono e conto contigo para seres a cereja do meu bolo rei. Este Inverno, conto com um novo cobertor e

Esse ângulo não é (COR)recto

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Agora nós! Vamos conversar! Tenho tanto para te dizer e não sei por onde começar (na verdade). Quem me dera saber dizer-te que escolheste o lado errado. Não tenho coragem para o fazer, por vários motivos. Para começar, não sou ninguém para o fazer, o teu poder de escolha é teu, SÓ TEU, e tens todo o direito de usufruir dele. Mas queria que pudesses ver (como eu vejo) que nem tudo é o que parece. Por muito egoísta que isto possa parecer, eu gostava que percebesses que eu tinha razão (que eu tenho razão!). Queria que visses (mais uma vez) as coisas do mesmo ângulo que eu (um ângulo que poderias ver se tivesses escolhido este lado). Gosto pouco (na verdade, não gosto nada) de escolhas entre pessoas. Devíamos poder ser sempre um todo, sem ter de apoiar uns em detrimento de outro. Mas a vida não é um constante (nem pontual) ideal! Teria (tenho!) tantas mais coisas a contar-te, porque (sejamos francos) nada tens sabido a meu respeito e isso incomoda-me. Mas sinto que poucas são as

Rádio Rabisco

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Deixando de parte os meus momentos de incredulidade perante o mundo ou as pessoas; afastando aquela pequenina raiva que, por vezes, me consome ao ouvir certos comentários ou decisões; esquecendo, apenas por momentos, a insensatez de crianças presas em corpos de adultos, hoje quero falar de amor. Mas amor a sério, que nestas coisas gosto pouco de brincadeiras. Não, não vos vou falar de uma ou outra paixoneta de Verão, dos tórridos namoros de adolescentes convencidos de que são pessoas grandes, nem tão pouco do desejo que TODOS nós, num ou noutro momento, vamos sentindo por um outro alguém. Não, nada disso. Hoje, quero falar-vos do meu amor a uma página em branco. Estranho?! Provavelmente, pelo menos assim, à vista desarmada. Recuso-me a deixar um papel em branco, assim mesmo, em branco. Faço dele o meu palco, da caneta as minhas sabrinas e das frases o meu bailado. Se, há uns anos, me dissessem que umas palavras rascunhadas eram mais do que isso, não acreditava. O impensável

À distância de um clic

Ligamos a net e a primeira coisa que fazemos é abrir a página do facebook. É um vicio, mas até aqui tudo bem. O drama começa com o abuso daquele rectangulozinho azul, o tão famoso "GOSTO". Usamos, hoje, excessivamente, este verbo. EXCESSIVAMENTE! E aos poucos, e isto é mesmo o pior, quase o desvalorizamos. Desmintam-me se não for verdade... Se X tem uma relação complicada, nós gostamos. Se Y põe no estado que está com diarreia, nós gostamos. Se Z tira uma foto com roupa de há dois séculos atrás, mesmo que achemos isso ridiculo, nós gostamos. Oi? Actualmente, parece que se gosta de tudo! Dramatismo ou não, o gostar foi extremamente vulgarizado e isto, sem dúvida, vai muito para além das redes sociais. Poucas são as pessoas que aplicam, no momento certo, este verbo e tudo porque passaram a usá-lo a torto e a direito, a custo zero. Aquilo que sentimos (ou, neste caso, dizemos sentir) faculta-nos a responsabilidade de sermos fiéis a esse mesmo sentimento. Mas, pelos vi

Amazing Nature

Não me peçam para explicar que não sei fazê-lo, mas a tranquilidade que me dá uma noite de lua cheia é qualquer coisa de outro mundo. Parece que até o ar se torna mais respirável. A luz que ela emana inspira-me, faz-me perceber o poder da natureza e a capacidade que esta tem de fazer com que tudo bata certo. Acho que o meu organismo compreende essa beleza, que me limpa a mente, me alegra o espírito. E há tão pouca gente a sentir isto... Ou porque vivem no meio da cidade, onde tudo espirra luz eléctrica e ofusca todo o céu, todas as estrelas, todos os astros. Ou porque quando saem à rua, à noite, têm outras distracções. Ou porque, simplesmente, não ligam a pequenos grandes pormenores. Gostava mesmo de vos fazer ver o que sinto, mas não sou capaz, é demasiado mágico. Talvez se caracterize fazendo um bolo de fantasia, juntar duas colheres de encanto e cem gramas de espectacularidade, barramos a forma com serenidade e preparamo-nos para fazer o creme para colocar por cima depois. É fá

Utilidade do Colete Reflector

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Às vezes, quando os dias estão sombrios, o mundo parece perder parte do sabor; as pessoas andam menos felizes e até as plantas parecem ter menos cor. Hoje acordei e vi o sol a romper pelos buraquinhos da minha janela e acho que até acordei com outro ânimo (mesmo sabendo que ia estar todo o dia agarrada à física!). Questiono-me tantas vezes se é possível que alguém seja realmente feliz, TOTALMENTE feliz. Talvez esse sentimento não exista em pleno. Talvez tenha sido criado para que o sintamos apenas em singelos momentos, pequenas coisas. Quem já dormiu na praia e acordou quando o sol já ia alto? Quem já viu a lua cheia espelhada no rio, numa noite quente de Verão? Quem já fez uma promessa (que realmente tencione cumprir) para a vida? Eu já fiz tudo isto e garanto que toquei a felicidade. E, sempre que penso em cada instante, ela volta a pertencer-me. Talvez nesta medida a felicidade conjugue bem com o "em todos os momentos", de outra forma ainda não experimente

esta coisa

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Se te amo? Sim! E, para além disso, tudo o resto que não tem nome. És só o meu melhor amigo, és só a pessoa que eu mais admiro, és só uma das poucas pessoas por quem eu daria a vida, és só alguém que eu quero ao meu lado a vida toda, és só a meta, o objectivo, o topo. És TUDO, basicamente!

"É por nós!"

Tomamos decisões, mais ou menos acertadas, com maior ou menor ponderação, mas decidimos! Fazemos de cada dia um tribunal onde julgamos sonhos e condenamos perspectivas. Trememos, constamentemente (arrisco dizer), com sismos de magnitude três mil. Foco no coração, epicentro na boca. Uma mesma isocista em quase todo o corpo, excepto num ponto, o cérebro, aí a intensidade é ligeiramente superior e Mercali dá voltas no túmulo porque lhe rebentámos a escala. Trememos com o frio, com o nervosismo, com a paixão... Temos medo! Medo da solidão, medo da morte (seja ela qual for), medo da dor, medo do desejo, medo nos darmos, medo de nos guardarmos só para nós, medos contraditórios e, tantas vezes, simultâneos. Somos bichos que não conhecemos nem entendemos, bichos estranhos e sem dó, bichos que, tantas vezes, não conhecem o respeito, a compaixão ou a solidariedade. Eu sei da melhor escola para tudo isso, o AMOR! Sim, esse amor que todos chamam de injusto, ingrato ou doloroso; esse a

Soletra a palavra AMIZADE

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"Escreve sobre o que sentes e as recordações serão eternas." D. Seco "A emoção intensa não cabe na palavra." Alváro de Campos Não sinto algo tão fúnebre como melancolia, talvez nostalgia seja a palavra mais acertada. É incrível como em meia dúzia de meses nos afeiçoamos às pessoas... E mais incrível ainda é a capacidade que o ser humano tem para reter momentos, aparentemente, sem importância. Há pessoas que fazem coisas publicamente grandiosas e todos os admiramos por uma ou outra coisa. Pois eu digo-vos que os meus amigos fazem coisas igualmente grandiosas, mas muitos deles no ingrato anonimato. E tudo isto para agradecer o facto de ter pessoas maravilhosamente fantásticas na minha vida. Sinceramente, não sei bem a quem dirigir este agradecimento mas não importa. A realidade é que se eternizarmos cada segundo, vale a pena. Vale sempre a pena. Eu precisava de escrever sobre isto mesmo que tenha ficado uma cac*!

O-que-parecemos-ser vs O-que-revelamos-ser

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O grande risco de perdoar reside no facto de, mais cedo ou mais tarde, o perdoado se esquecer de tudo e voltar a errar. Errar não é mau, nem é condenável desde que esse erro não afecte directa e intencionalmente as pessoas. Errar é humano, todos o dizemos. Mas cometer duas vezes o mesmo erro é estupidez! Um dia mostro-vos as minhas cicatrizes e vocês vêem que as facadas não foram ilusão.

Dá um pouco mais, mesmo que recebas um pouco menos!

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Às vezes, apesar de tudo o que temos, precisamos de um pouco mais. E esse mais podem ser coisas simples e (aparentemente) sem nexo ou pode ser o mais grandioso presente. Precisamos de mais umas horas de sono ou de mais gargalhadas, ao fim de um dia tenso. Precisamos de mais gente a dizer que gosta de nós (sim, há quem não tenha mesmo ninguém que o faça!), precisamos de mais pessoas para a abraçar ou precisamos, simplesmente , de mais momentos de cumplicidade. Precisamos de mais gente à nossa volta ou de mais silêncio. Também há quem precise de mais ar puro ou de mais aventuras. Há sempre os que precisam de mais colo ou de mais espaço. Há os que precisam de mais ciúmes para perceber que gostam, os que precisam de mais tabuletas na vida, como na estrada, para saberem a quantos quilómetros fica a felicidade. Todos nós, em alguma altura, precisamos de mais. Podemos precisar de mais tudo ou de mais nada, mas precisamos de mais. Deixem, foi só um desabafo continuado!

sis*

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Se pensar em tudo o que fui, tudo o que sou e tudo o que virei a ser; se me questionar sobre o que gostaria de ter sido ou o que gostarei de ser no futuro; se fizer da vida um puzzle de três cores: passado, presente e futuro... Talvez tudo seja mais fácil, ou mais dificil... As coisas demasiado planeadas nunca dão certo, não é? Mãe, quero dançar! Parecia simples, queria e pronto! Foi fácil encontrar o sítio e, por mero acaso (ou não), o estilo agradava. Começaram os treinos, os consecutivos e intermináveis treinos. Ela nunca chegava cansada, nunca se queixava de dores musculares ou algo do género, têm sido raras as lesões (e ainda bem!) e, nas veias, corre o gosto imortal pela dança, seja ela o que for, desde que o corpo mexa ao ritmo de um qualquer som. É espectáculo atrás de espectáculo, coreografia atrás de coreografia... E mesmo quando me irrita ter de ver tantas actuações, mesmo que me irrite que dances em todo o lado (mesmo em todo o lado!), mesmo que barafuste c

"A Campeã Voltou!"

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Escolíadas! - Até as paredes da D. Dinis emanavam este cheiro! Na escola respirava-se arte. Desde os membros do clube de teatro, sempre atarefados, aos nossos músicos cujos instrumentos já choravam de tanto treinar, (...) e, por fim, mas não menos importante, à claque, que dava voz a cada bater de palmas, que ficava rouca por cada hora de almoço gritada, que enchia os pulmões de companheirismo, empenho e muito trabalho, todos estava envoltos numa nuvem de vontade, diversão e esperança. Não pensem que é fácil, não o é! (...) É complicado tentarmos levar algo tão grandioso como a "Arte da Juventude", para a frente, cada passo é uma vitória e a taça, no final, seria a lufada de ar fresco. Há pessoas que dão o litro, o quilolitro por isto, dão de si tudo o que têm e oferecem também o que já não têm. Há gente, aqui dentro, que se define por este espírito escoliástico que é inspirar esforço e expirar respeito enquanto se luta pela vitória que, ao fim e ao cabo, é só a

Cruzamentos (Des)Alinhados (?)

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Beijas-me os pés, embebido em licor. Acaricias-me as pernas, fazendo-me sentir a textura da tua pele. Descobres o meu abdómen cuja cor contraste com o odor da tua vontade. Sobes, lentamente, viajas por locais (até então) desconhecidos e chegas aos meus lábios que te esperam, vagarosamente. O amor entra em cena, damos voz à mais sublime faceta da ternura, revitalizamos a paixão, encontramos uma nova definição de prazer, eternizamos cada segundo e apresentamo-nos ao "Para Sempre" ( porque é lá que pretendo ficar contigo !). Talvez um pouco agressivo para o dia da criança.

(pouco) Poeta (muito) Insatisfeito

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Há quem lhe chame cego , enganador , falso ou assassino de sonhos . Há quem se recuse a conhecê-lo e, mesmo assim, diga mal dele. Há quem apregoe ser-lhe chegado, próximo, íntimo ou até parente, mas muitos desses nunca lhe viram o rosto . Há quem o odeie desmesuradamente . Há quem o ame infundadamente . Há quem acredite tê-lo tocado, imensas vezes, mas tudo foram quimeras. Há quem sinta a sua pele, todos os dias, quem o vive nem sabe a fortuna que tem. Eu sou só mais uma dessas bolas antistress, nas tuas mãos. Sou só mais uma das tuas cobaias. Um dia, hás-de deixar de fazer experiências. Até lá, eu e outras pessoas vamos andar rezando por um pouco da tua atenção , continuaremos a lutar pelo teu respeito . E, mesmo que não consigamos, havemos de continuar a gritar, com orgulho , o teu nome: AMOR!

It's about LIFE!

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Se vives num mundo que não é teu, sujeito a forças que nem sentes, regido por leis que não conheces e se chegas a sentir que nem o teu corpo te pertence, pois bem, não estás no caminho certo. Fomos TODOS postos no mundo para ser felizes! Não quer dizer que o caminho seja curto e sem obstáculos, não o é. E se algum dia pressentires que o está a ser, fica atento, alguma armadilha te espera. Um dia, era eu ainda pequena, disseram-me que ninguém nos facilita as coisas e, na grande maioria das vezes, acontece o oposto do que estamos à espera, ou seja, somos surpreendidos pelo inesperado. Eu, na minha inocência e no meu pavor da morte, estava sempre à espera que me entrasse em casa um ladrão de arma em punho, pronto a pôr termo à minha vida pois, segundo aquela teoria, a probabilidade de isto acontecer diminuía visto que eu estava à espera que acontecesse. Ainda estou viva e, que eu saiba, não entrou nenhum ladrão em minha casa, no entanto, já duvido que aquele pensamento influencia

'Menina Bonita Não Paga Mas Também Não Come'

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Esse dia, que outrora fora trevas, é agora uma noite iluminada de Agosto. Nessa avenida, onde tudo ganha outra vida, outro vigor, outra força, nesse permanente circular de turistas que teimam em usar calções beges e mochilas às costas, os mesmo por entre os quais te misturas e quase te confundes pois esses olhos azuis perdidos entre os caracóis louros, que te escorregam sobre a testa, conferem-te um ar nórdico, herdado do teu pai que sempre foi um homem bonito e robusto; é nessa avenida que tudo acontece. Tu piscas o olho a morenas de saltos altos, tu danças ao som do samba com idosas gaiteiras, tu treinas o teu inglês com ruivas desajeitadas, tu espalhas charme, tu és o rei! Tudo isto debaixo de candelabros de estrelas que, emaranhadas, tentam ofuscar o mais bonito abajur, essa Lua irrepreensivelmente branca. Mas o teu palco é desmontado sempre que o sol e a lua invertem papéis, sempre que há troca de turnos, sempre que o luar dá lugar ao crepúsculo que, por sua vez, o dá a

É de se perder a cabeça!

Cada vez me custa mais a entender como é que sendo o ser humano um bicho tão perfeito não consegue criar mecanismos de defesa que abram caminhos e destruam barreiras. Podemos pensar em imensas engenhocas que nos poupariam lágrimas, preocupações e problemas. Sim, eu sei que sem dificuldades não era a mesma coisa e blá blá blá... Mas contínuo a achar que há coisas perfeitamente dispensáveis! Começaria por rotular as pessoas. Não pelas marcas de roupa que usam, pelo carro que têm ou pela quantidade de assoalhadas da sua casa mas faria rótulos do tipo «de confiança», «falso(a)», «sem carácter», «boa pessoa», «desprezível»... Confessem: facilitava a vida a toda a gente. Mais, fazia mais ainda... Colocava um filtro em todos os corações, só as pessoas com um rótulo aceitável entravam e, assim, diminuíam as desilusões e a frustração de gostar de alguém que não merece absolutamente nada, ou seja, poupavam-nos ao facto de considerarmos grandes amigos, pessoas que não valem ponta de um cor

Rasgão, golpe... Chama-lhe o que quiseres!

       Escrevi a minha vida num livro. Não queria publicá-lo, queria apenas prevenir-me, não fosse a memória atraiçoar-me! Nunca precisei de ir reler nada, as coisas, as pessoas, os locais, os momentos e os sentimentos que mereciam estar lá escritos, estavam bem presentes no meu ser. No entanto, aquele livro era o meu tesouro, página por página, manuscrito, chorado, gargalhado mas, sobretudo, sentido.        Dediquei várias páginas à tua pessoa, ao teu ser, à tua importância, à nossa história, àquilo que fomos (de bom e de mau), a NÓS! Tu, pelos vistos, nunca soubeste, nem sequer sonhaste.        Voltaste mais tarde, já tinha cruzado vários capítulos, para rasgar aquilo que já antes borrataras. Fizeste questão de destruir parte do meu passado, de deixar vazio aquele tempo que a ti, e só a ti, dediquei. E, por esse feito, eu não te perdoo. Desculpo todas as discussões que provocaste, desculpo todos os filmes, todas as tretas, desculpo os abusos mas não desculpo que me tenhas roub

A Força do Teu SER

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Não posso dizer que isto é o luto do que sinto por ti, pois isso implicava que o sentimento já tivesse morrido e, na mais pura das verdades, não morreu! Mas sinto coisas estranhas, talvez seja o começar a tomar consciência de que a realidade que eu quero nunca será realidade... Dói, dói pensar que pode não haver bis, que posso nunca mais sentir os teus lábios... Garanto-te que o orgulho que tenho em ti, na pessoa que és, esse vai ficar para sempre. És um miúdo fantástico, com um carácter gigantesco, com a real noção das coisas, marcas de uma forma majestosa a vida de quem te conhece e esse mérito ninguém te tira. Devo-te muito do que sei hoje, devo-te quase todas as aprendizagens dos últimos tempos. Essa tua filosofia de vida encanta-me, a forma mágica como encaras o ser humano e as tuas missões, por mais ínfimas que possam ser. Vou defender-te sempre. E quando disserem que não mereces isto ou aquilo, serei a primeira a levantar-me e a dizer que mereces este mundo e o outro!

Girará o meu mundo ao contrário de todos os outros?

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       Há uma altura na nossa vida em que começamos a tomar a real consciência das coisas... Nessa altura, percebemos que as pessoas raramente são o que mostram ser, que muito do que é dado de boa vontade trás intenções escondidas, que não devemos pôr as mãos no fogo por (quase) ninguém e que as grandes pessoas não apregoam sê-lo.        A partir do momento em que tomamos consciência disto, achamos que não seremos mais levados por quimeras, que temos o controlo e que, a nós, nunca mais ninguém nos engana. O certo é que, ao mínimo descuido, somos apunhalados à retaguarda, traçam-nos a perna ou encaminham-nos ao abismo.        Somos como jogadores de cabra cega, aos quais se vendam os olhos para que, em vãs buscas, encontrem o procurado. Sabemos que jogamos às escuras, que tudo são enigmas cujo código se perdeu. Custa-nos crer nisto, acreditar que nada se dá por garantido e que, a qualquer momento, o nosso mundo pode esvaziar. Se isto acontece, esse tal mundo nunca nos pertenceu!

já lá vai

- Um capuccino com natas, por favor! O dia está frio mas o sol continua a espreitar por entre as árvores. A esplanada no meio da cidade, sempre cheia de gente, parece hoje mais doce, mais silenciosa, mais minha! Envergo os meus óculos de sol e o meu cachecol de lã. Estou confortável, sentada numa daquela típicas cadeiras de metal, que normalmente me dão cabo das costas, a beber o meu capuccino quente. E penso... Começo a pensar... Lembro-me de cheiros que associo a momentos que, por sua vez, associo a pessoas, a lugares, a histórias e a sentimentos. Faço uma breve retrospectiva daquilo que têm sido os meus últimos meses e constato que muita coisa mudou. Já uso saltos altos e até ousei comprar uma saia (coisa impensável noutros tempos), mas não é disso que falo. Penso na forma como me encaro hoje, na forma como me refiro a mim própria e, mais, na postura que tenho perante os outros e perante a vida. As coisas mudaram! Percebi que só serei vítima, se fizer de mim vítima. Certifiquei

és mais que simples acaso

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        Todos os dias, vidas se cruzam, olhares se trocam, abraços se oferecem, beijos se espalham, sorrisos se entregam, palavras se expulsam e pessoas se entrelaçam. A verdade é que o tempo passa e as pessoas se vão perdendo umas das outras, umas às outras e muitas vezes de si próprias. Aquele olhar, que naquele dia foi tão intenso, pode hoje ser só mais um olhar! Aquele abraço, que naquele dia nos aqueceu, pode hoje ser só mais um abraço! Aquele beijo, que naquele dia nos encheu a alma, pode hoje ser só mais um beijo! E assim sucessivamente. No entanto, há pessoas que recordamos indefinidamente, há vidas que mudam a nossa própria vida, há olhares que se eternizam na nossa memória, há abraços que são repetidos vezes sem conta, há beijos que nos fazem sentir como sendo únicos no mundo, há sorrisos que fazem parte do nosso quotidiano (mesmo que seja só na caixinha de recordações) e há palavras que ecoam sistematicamente nos nossos ouvidos.        E é isto que distingue aquilo que ol